Manuel Bandeira

Uma foto de Manuel Bandeira A picture of Manuel Bandeira

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho

Poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor

Poet, critic of literature and art, professor of literature and translator

O Último Poema

The Last Poem

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

So I would want my last poem
Let it be a tender saying the simplest and least intentional things
Burning like a sob without tears.
That it had the beauty of the flowers almost without perfume
The purity of the flame in which the most clear diamonds are consumed
The passion of suicides who kill themselves without explanation.

Biography

Biografia

Manuel Bandeira (1886-1968) foi um poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi também professor de Literatura, crítico literário e crítico de arte. Os temas mais comuns de sua obra são: a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância.

Manuel Bandeira (1881-1968) nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1886. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e de Francelina Ribeiro, abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos. Seu avô materno Antônio José da Costa Ribeiro, foi citado no poema "Evocação do Recife". A casa onde morava, localizada na Rua da União, no centro do Recife é citada como "a casa do meu avô".

Manuel Bandeira viajou, junto com sua família, para o Rio de Janeiro, em 1890. Ingressou no Colégio Pedro II, onde foi amigo de Souza da Silveira, um estudioso da língua portuguesa. Em 1892 voltou para o Recife. É nessa época que escreve seus primeiros versos, não pensava ainda em ser poeta. Em 1903 vai para São Paulo e ingressa na Escola Politécnica, no curso de Arquitetura, mas no fim do ano letivo teve que abandonar os estudos, por ter contraído tuberculose. Voltou para o Rio de Janeiro onde tentou tratamento em estâncias climáticas em Teresópolis e Petrópolis.

Em 1913, Manuel Bandeira vai para o sanatório de Cladavel, na Suíça, onde convive com o poeta francês Paul Éluard, que coloca Manuel Bandeira a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa. Discutem sobre a possibilidade do verso livre na poesia. Esse aspecto técnico veio fazer parte da poesia de Bandeira, que foi considerado o mestre do verso livre no Brasil.

Com o início da Primeira Guerra, em 1914, Bandeira volta a morar no Rio de janeiro. Em 1916, morre sua mãe. Em 1917, publica seu primeiro livro "A Cinza das Horas", de nítida influencia Parnasiana e Simbolista. Em 1918, morre sua irmã, que tinha sido sua enfermeira durante muito tempo. Em 1919, publica "Carnaval", que representou sua entrada no movimento modernista. No ano seguinte morre seu pai.

Em 1921, conhece Mário de Andrade e através deste, colabora com a revista modernista Klaxon, com o poema “Bonheur Lyrique”. Morando no Rio de Janeiro, estava distante do grupo paulista que centralizava os ataques à cultura oficial e propunha mudanças. Para a Semana de Arte Moderna de 1922, enviou o poema "Os Sapos", que lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal. Nesse mesmo ano morre seu irmão.

Manuel Bandeira vai cada vez mais se engajando no ideário modernista. Em 1924, publica "Ritmo Dissoluto". A partir de 1925, escreve crônicas para jornais onde faz críticas de cinema e música. Em 1930, publica "Libertinagem", obra de plena maturidade modernista. No poema "Evocação do Recife" que integra a obra, tematiza a infância, faz uma descrição da cidade do Recife no fim do século XIX. Incorpora também vários temas ligados à cultura popular e ao folclore.

Em 1938, é nomeado professor de Literatura do Colégio Pedro II. Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de nº24. A partir de 1943 é nomeado professor de Literatura Hispano-Americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1957, viaja durante quatro meses pela Europa. Ao completar oitenta anos, em 1966, publica “Estrela da Vida Inteira”.

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968.

Manuel Bandeira (1886-1968) was a Brazilian poet. "I'm Going to Pasárgada" is one of his most famous poems. He was also professor of Literature, literary critic and art critic. The most common themes of his work are: passion for life, death, love and eroticism, loneliness, daily life and childhood.

Manuel Bandeira (1881-1968) was born in the city of Recife, Pernambuco, on April 19, 1886. Son of the engineer Manuel Carneiro de Souza Bandeira and Francelina Ribeiro, wealthy family of landowners, lawyers and politicians. His maternal grandfather Antônio José da Costa Ribeiro was quoted in the poem "Evocation of Recife". The house where I lived, located on Rua da União, in the center of Recife, is referred to as "my grandfather's house".

Manuel Bandeira traveled with his family to Rio de Janeiro in 1890. He joined Pedro II College, where he was a friend of Souza da Silveira, a Portuguese-language scholar. In 1892 he returned to Recife. It is at this time that he writes his first verses, he did not think about being a poet yet. In 1903 he goes to São Paulo and joins the Polytechnic School, in the Architecture course, but at the end of the school year he had to drop out of school because he contracted tuberculosis. He returned to Rio de Janeiro where he tried treatment at climatic resorts in Teresópolis and Petrópolis.

In 1913, Manuel Bandeira goes to the sanatorium of Cladavell in Switzerland, where he lives with the French poet Paul Éluard, who puts Manuel Bandeira alongside the artistic innovations that were taking place in Europe. They discuss the possibility of free verse in poetry. This technical aspect came to be part of the poetry of Bandeira, who was considered the master of free verse in Brazil.

With the beginning of the First War, in 1914, Bandeira returns to live in Rio de Janeiro. In 1916, his mother died. In 1917, it publishes its first book "The Gray of the Hours", of clear Parnasian and Symbolist influence. In 1918, his sister, who had been his nurse for a long time, died. In 1919, he published "Carnaval", which represented his entrance in the modernist movement. The next year his father dies.

In 1921, he met Mário de Andrade and through it, he collaborated with the modernist magazine Klaxon, with the poem "Bonheur Lyrique". Living in Rio de Janeiro, he was far from the São Paulo group that centralized attacks on official culture and proposed changes. For the Week of Modern Art of 1922, he sent the poem "The Frogs", which read by Ronald de Carvalho, caused tumult the Municipal Theater. That same year his brother died.

Manuel Bandeira is increasingly engaging in modernist ideas. In 1924, he published "Dissolute Rhythm". From 1925, he writes chronicles for newspapers where he criticizes film and music. In 1930, it publishes "Libertinagem", work of full modernist maturity. In the poem "Evocation of Recife" that integrates the work, it thematizes the childhood, it makes a description of the city of Recife in the end of century XIX. It also incorporates several themes related to popular culture and folklore.

In 1938, he was appointed Professor of Literature at Colégio Pedro II. In 1940 he was elected to the Brazilian Academy of Letters, occupying the chair of nº24. From 1943 he is appointed professor of Hispanic-American Literature of the National Faculty of Philosophy. In 1957, he traveled for four months in Europe. At the age of eighty, in 1966, he published "Star of the Whole Life."

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho passed away in Rio de Janeiro on October 13, 1968.

"Ele tinha um excelente humor, embora às vezes fosse uma pessoa implicante, um gozador. Durante uma aula, o Manuel estava lendo um texto com certa dificuldade, quando um aluno brincalhão perguntou se o professor queria ajuda. O Manuel aceitou a colaboração e entregou o texto escrito em grego ao rapaz"

"He had a great mood, though he was sometimes a teasing person, a joker. During a class, Manuel was reading a text with some difficulty, when a playful student asked if the professor wanted help. Manuel accepted the collaboration and delivered the text written in Greek to the boy"

Zuenir Ventura, na mesa de Antologia Pessoal na Flip de 2009
Zuenir Ventura, on the table of Personal Anthology on Flip of 2009

For further information, access this wiki page.

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Obras de Manuel Bandeira

Works of Manuel Bandeira

A Cinza das Horas, poesia, 1917
Carnaval, poesia, 1919
Os Sapos, poesia, 1922
O Ritmo Dissoluto, poesia, 1924
Libertinagem, poesias reunidas, 1930
Estrela da Manhã, poesia, 1936
Crônicas da Província do Brasil, prosa, 1937
Guia de Ouro Preto, prosa, 1938
Noções de História das Literaturas, prosa, 1940
Lira dos Cinquent'Anos, poesia, 1940
Belo, Belo, poesia, 1948
Mafuá do Malungo, poesia, 1948
Literatura Hispano-Americana, prosa, 1949
Gonçalves Dias, prosa, 1952
Opus 10, poesia, 1952
Intinerário de Pasárgada, 1954
De Poetas e de Poesias, prosa, 1954
Flauta de Papel, prosa, 1957
Estrela da Tarde, poesia, 1963
Vou-me Embora pra Pasárgada, poesia, 1964
Andorinha, Andorinha, prosa, 1966 (textos reunidos por Drummond)
Estrela da Vida Inteira, poesias reunidas, 1966
Evocação do Recife, poesia, 1966
Colóquio Unilateralmente Sentimental, prosa, 1968

The Ash of the Hours, poetry, 1917
Carnival, poetry, 1919
The Frogs, poetry, 1922
The Dissolute Rhythm, poetry, 1924
Libertinage, collected poetry, 1930
Morning Star, poetry, 1936
Chronicles of the Province of Brazil, prose, 1937
Guide to Ouro Preto, prose, 1938
Notions of History of Literature, prose, 1940
Lira dos Cinquent'Anos, poetry, 1940
Beautiful, Beautiful, Poetry, 1948
Mafuá do Malungo, poetry, 1948
Hispanic-American Literature, prose, 1949
Gonçalves Dias, prose, 1952
Opus 10, poetry, 1952
Intarerário de Pasárgada, 1954
From Poets and Poetry, prose, 1954
Paper Flute, prose, 1957
Star of the Afternoon, poetry, 1963
I'm going to Pasargada, poetry, 1964
Swallow, Swallow, prose, 1966 (texts gathered by Drummond)
Star of the Whole Life, collected poetry, 1966
Evocation of Recife, poetry, 1966
Colloquy Unilaterally Sentimental, prose, 1968